sábado, 26 de novembro de 2011

Violência contra as mulheres




De acordo  com pesquisa  realizada pelo Globo News, no Brasil todos  os dias  morrem em média 10 mulheres  vítimas  de  violência doméstica , por  atentados  dos  seus  parceiros, amantes, maridos, etc.  Aproximadamente  90 mil casos de  espacamentos, maus  tratos , ameaças   contra  as  mulhers ,  são   registrados  anualmente  no  serviço disque denúncia , sendo que   70%  dos  casos  as  agressões  são presenciadas  pelos  filhos .

Entretanto  esse  número pode ser  ainda maior , pois  nem todos os  casos  de violência  contra a mulher  chegam ao conhecimento das  autoridades , principalmente  quando ocorrem  na classe A  ou  classe  média alta, uma  vez que  há  mais  hipocrisia  social  nesses  seguimentos  e  geralmente  os envolvidos  não  desejam expor  suas  mazelas  familiares . 

Uma  pesquisa do Instituto Ipsos " Percepções sobre a violência doméstica contra a mulher " ,  levou ao lançamento em  mais de 50 países  da  campanha  " Fale sem medo - Não à violência doméstica "   .


" A campanha representa uma das maiores difculdades da pessoa que enfrenta a violência: falar a respeito. E o silêncio,como ressalta a professora Lia Diskin,da Palas Athena – um dos parceiros na Pesquisa Instituto Avon/Ipsos – Percepçõessobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil –, é fruto da perdada autoestima da mulher agredida, como também decorre do estado anestésico que o sentimento de vergonha impõe a ela".


Lia Diskin  em artigo publicado na revista Palas Athenas ,  A  Invisibilidade da Violência  ,  assevera :

"As culturas pautadas em modelos autoritários ou de dominação criaram um repertório de ideias, códigos e estruturas que justificam desigualdades hierárquicas inamovíveis. O poder exerce o controle e se perpetua mediante ameaças diretas ou veladas, convencendo os dominados de que estão sendo protegidos contra perigos maiores. Cabe lembrar que, nos sistemas patriarcais, isso acontece sob o amparo da lei .
No caso do sistema “família”, os papéis estereotipados de “a mãe cuida” e “o pai provê” causam hoje uma série de relações   disfuncionais que promovem abusos de parte a parte. As crianças acabam sendo as mais prejudicadas, porque se defrontam com   contradições cotidianas entre amor/ódio, ofensa/submissão, humilhação/perdão. Outro fator que colabora com a violência  intra familiar é o silêncio, fruto da anestesia que o sentimento de vergonha impõe e da perda da autoestima, da capacidade criativa e do cuidado de si. A pessoa  fica imobilizada pelo terror constante de “provocar” a violência do agressor, cuja reação recai previsivelmente sobre a  vítima       –     via    d e   regra  a  mulher  ,    as         crianças      e    o s           idosos "

Ontem  foi o dia da  blogagem coletiva  pelo  fim da  violência  contra a mulher  e vale dar uma  conferida  nas  postagens  ( clique  aqui ) .

Mas  não é somente a  violência  física  que vitimiza a mulher . A  discriminação   e  a exclusão pelo preconceito,  são  formas de  violência  sofridas  por mulheres de  todas as classes sociais e causam  danos  emocionais  que marcam profundamente a mulher  vitimizada    pelo tratamento  discriminatório e  preconceituoso.





sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Arte e Direitos Humanos


Uma imagem  diz mais do que mil palavras ( provérbio oriental )




 Injustice
(by Susi Galloway )



Arte e Direitos Humanos

 Nas minhas andanças pelos sites de arte descobri uma página sobre pintores que divulgam os direitos humanos através dos seus quadros . Achei interessantíssimo, até porque poucas pessoas sabem de todos os artigos da Declaração Universal de Direitos Humanos . O objetivo dos artistas engajados é contribuir para a divulgação e defesa desses direitos . São pintores de várias nacionalidades e o único requisito é que concordem inteiramente com a Declaração Universal dos Direitos Humanos .
A  tela  acima  , Injustice , é uma obra da  artista  Susi Galloway  e   ilustra  o artigo da DDH  que  trata da presunção da  inocência . Visitem  o  site e   vejam  quanta  criatividade ! Clique  aqui - Painters For Human Rights 


The Universal Declaration of Human Rights


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Ecumenismo





Não me considero uma pessoa  muito ligada  a religião, apesar de ter uma  forte religiosidade.Tive  formação católica e  minhas orações  diárias  têm como referência essa formação.   Mas ao longo da  minha vida procurei conhecer  outras crenças e  percebi  que todas as religiões têm como propósito o  religar-se à  Divindade que  habita em todos  nós. Portanto tenho uma visão aberta  em relação  a  todas as  crenças religiosas e respeito profundamente   cada uma  delas , mesmo que  discorde  de  algumas . Exercito a  minha religiosidade ( a  busca do  religar-se  à  Divindade )  à  minha maneira , respeitando , sempre , a  maneira das  outras pessoas .

É fato   que as divisões e rivalidades  entre religiões ( cada  uma achando  que  sua forma  de religar-se com o Divino   é  a  mais  correta ) atrapalha , e muito , a  evolução da  humanidade. E as  guerras  santas , que  são alimentadas por essa visão ,  desvirtuam  completamente o propósito da  religião. 

Tenho percebido, com uma  certa decepção,  o quanto as pessoas  são preconceituosas  em relação  às  crenças que  diferem das  suas .  Essas pequenas  guerras santas  - cada  pessoa querendo impor seu ponto de  vista  religioso como o mais correto -  é motivo de  discórdia e separatividade. Por isso  sou  a favor do movimento ecumênico  em sentido amplo, que  visa a  unificação das  religiões  . Na verdade o ideal  é que  cada  pessoa exercite sua religiosidade independente de  religião ,  como  imaginou Jonh Lennon.

Aprendi  que geralmente  tudo que divide, separa e  exclui , não  tem um bom  propósito . E  aquilo  que  busca a união  e  suprimir    preconceitos,  pode ser  considerado  uma boa  ação.

"Ecumenismo é o processo de busca da unidade. O termo provém da palavra grega οἰκουμένη (oikouméne), designando "toda a terra  unida". Num sentido mais restrito, emprega-se o termo para os esforços em favor da unidade entre igrejas cristãs; num sentido lato, pode designar a busca da unidade entre as religiões" ( Wikipédia).

Como  em  todos, ou quase  todos os  órgãos  , no fórum  onde  trabalho  costumam  fazer uma confraternização de   final de ano .  E nessa  confraternização  geralmente  há  uma celebração religiosa . Como  no local   há  católicos, evangélicos e  espíritas,  sugeri  uma celebração ecumênica .  Entretanto, para  minha  surpresa , a  reação  de  algumas  pessoas foi  contrária a essa  sugestão . Tanto  os católicos ( não todos, mas  alguns )  como os evangélicos, demonstraram um certo  preconceito em relação  ao espiritismo  e   algum  descontentamento com a possibilidade de uma  celebração unificada.

Pergunta-se: como alguém que  se  diz  praticante  de  uma  religião quer  alcançar  " o reino dos  céus" (que está  dentro de nós e não fora)  se   tem interiorizado a  separatividade e o preconceito? 


São Josafá Kuncewycz    ( santo do dia 12 de novembro )  é  considerado o precursor do ecumenismo, pois durante sua  vida lutou pela união das igrejas.


*Fonte da imagem: O Anunciador


Mensagem



Um bom fim de semana ( e feriadão) para todos nós!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Coragem e entusiasmo...



Para  neutralizar  o clima pesado da postagem anterior  e para  fomentar  entusiasmo ,  ânimo e  coragem  , segue esta oração  de  autoria do Paulo Coelho  ...


Senhor, protegei as nossas dúvidas, porque a Dúvida é uma maneira de rezar. É ela que nos faz crescer, porque nos obriga a olhar sem medo para as muitas respostas que existem para uma pergunta. E para que isso seja possível ...
 
Senhor, protegei as nossas decisões, porque a Decisão é uma maneira de rezar. Dai-nos CORAGEM , depois da dúvida, para ser capaz de escolher entre um caminho e  outro. Que o nosso SIM seja sempre um SIM, eo nosso NÃO seja sempre um NÃO. Uma vez que tenhamos escolhido o caminho, jamais olhemos para trás, nem deixemos que nossa alma seja roída pelo remorso. E para que isso seja possível ...
 
Senhor, protegei as nossas ações, porque a Ação é uma maneira de rezar. Que o nosso pão de cada dia seja o resultado do melhor que levamos dentro de nós. Que possamos, através do trabalho e da Ação, compartilhar um pouco do Amor que recebemos. E para que isso seja possível ...


Senhor, proteja os nossos sonhos, porque o Sonho é uma maneira de rezar. Certifique-se que, independentemente da nossa idade ou de nossa circunstância, sejamos capazes de manter acesa no coração a chama sagrada da Esperança e da Perseverança. E para que isso seja possível ...
 
Senhor, dai-nos sempre entusiasmo, porque o ENTUSIASMO é uma maneira de rezar. É o que nos liga aos Céus e à Terra, aos adultos e às crianças, é o que nos diz que o desejo é importante e merece nosso esforço. É ele que nos afirma que tudo é possível, desde que estejamos totalmente comprometidos com o que estamos fazendo. E para que isso seja possível ...
 
Senhor, protegei-nos, porque a Vida é a única maneira que temos para manifestar o Teu milagre. Que a terra continue transformando a semente em trigo, que nós continuemos transmutando o trigo em pão. E isto só é possível se tivermos Amor e, portanto, não nos deixe em solidão. Dá-nos sempre a Tua companhia, e a companhia de homens e mulheres que têm dúvidas, agem, sonham, se entusiasmam, e vivem cada dia como se fosse totalmente dedicado a Tua glória.

Amém

 ooOoo


*Fonte da imagem aqui 




quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Os juízes estão doentes e com medo

Os  juízes  brasileiros  atualmente  padecem de  uma brutal desumanização no exercício das  suas  funções. O  sistema judiciário  exige  cada  vez  mais produtividade  e  celeridade  ,   enquanto as  condições  de  trabalho  são precárias , na maioria das  vezes ,  tanto  nos  recursos materiais, como humanos . Há processos em demasia , para a  quantidade de  juízes e  servidores . 

 Por outro lado  há  uma pressão  crescente de  maior  rapidez e maior produtividade . Além disso , alguns  juízes  temem por  sua integridade  física e dos  seus  familiares .

Sobre  esse  quadro preocupante  a  Revista  Viver Brasil  publicou o artigo a  seguir , cuja   autora é  Janaína Oliveira .


Juízes estão doentes e com medo

Magistrados têm apresentado mais sintomas de doenças físicas e emocionais, além da preocupação com a segurança

Texto: Janaína Oliveira | Fotos: Paulo Werner
Opiniões ou sugestões sobre a matéria?
Mande e-mail para: web@revistaviverbrasil.com.br
O Brasil terminou o ano de 2010 com mais de meio milhão de presos, sendo quase 45% deles em situação cautelar, ou seja, na espera por uma decisão definitiva. São pelo menos 220 mil pessoas, a maioria pobre, atrás das grades e sem a sentença final. O drama, provocado por um sistema sobrecarregado e lento, já é do conhecimento de grande parte dos brasileiros. O que muita gente ainda não sabe é que a Justiça também é injusta para os que nela trabalham.

Abarrotados de processos – média de 4.763 por ano, sendo o volume aceitável  de mil processos por magistrado, no máximo –, os juízes estão adoecendo. Em decorrência do excesso de trabalho, da falta de estrutura adequada e de pessoal, apontam as principais associações da categoria. Os profissionais de toga têm apresentado mais sintomas de ansiedade, depressão, distúrbio de sono, doenças cardíacas e até câncer.
Na ponta do iceberg, está a preocupação com a segurança e com a vida – a própria e a de seus familiares. Somente em Minas Gerais, segundo o diretor da seccional do Norte do estado da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis), Marcos Antônio Ferreira, são mais de 20 juízes ameaçados de morte. “Nós, que já enfrentamos a carga excessiva de trabalho, agora estamos apreensivos. Muitos tiveram que redobrar cuidados, mudar hábitos e deixar de fazer coisas simples, como caminhada na rua. Isso expõe nossa vulnerabilidade e aumenta o estresse”, afirma.

Colega de profissão de Marcos Ferreira, o juiz Isaías Caldeira Veloso, da 1ª Vara Criminal de Montes Claros, convive com a ameaça há tempos. No início de 2010, uma operação conjunta das polícias Civil e Militar conseguiu desarticular um plano para matá-lo. Quatro suspeitos foram presos. Recentemente, ele voltou a ser coagido. Uma de suas filhas passou a receber ligações anônimas com conteúdo ofensivo e ameaçador. “Amo o que faço, mas estou muito preocupado com nossa classe. O juiz trabalha, trabalha, trabalha. Enfrenta todo tipo de gente em processos onerosos para o estado. Só que, beneficiados pela lei, os condenados têm a pena reduzida e praticamente não ficam presos. O resultado é a sensação de impunidade e muita frustração”, desabafa.      

Isaías Veloso confessa que ficou mais receoso após a morte da juíza Patrícia Acioli, assassinada com mais de dez tiros na porta de casa em Niterói, em agosto deste ano. Consternado, passou a ter dificuldade para dormir, ficou mais ansioso e ganhou peso. Mas, como a juíza Patrícia, diz não ter medo de morrer. “A responsabilidade do cargo é enorme. Temos que seguir em frente.”
O juiz Sérgio Abdalla Semião, de Belo Horizonte, não aguentou. Seu organismo perdeu a batalha para a rotina de trabalho que começava às sete da manhã e só terminava 12 horas depois. Preocupado com o acúmulo de tarefas e a responsabilidade do cargo, não comia direito nem praticava exercícios, era agitado e só dormia à base de Lexotan. Em 1997, aos 45 anos, teve que se submeter a quatro cirurgias de pontes de safena e de mamária. Três anos mais tarde, chegou a desmaiar no fórum em duas ocasiões. Em 2001, aos 49 anos, aposentou-se por invalidez. “Obviamente, há o componente genético. Mas os próprios médicos afirmam que a sobrecarga de trabalho, a urgência dos assuntos e o estresse foram decisivos para o meu quadro clínico. É inacreditável o que juiz passa no Brasil”, revela Semião, que dedica-se aos estudos e à produção de um livro.
O retrato de um Judiciário doente é escancarado na pesquisa Situação de Saúde e Condições do Exercício Profissional dos Magistrados Trabalhistas do Brasil, feita pela professora Ada Ávila Assunção, da Escola de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a pedido da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra). De acordo com o estudo, que ouviu mais de 700 profissionais em todo o país, 41,5% dos juízes trabalhistas brasileiros declararam depressão diagnosticada por médicos. Quase 18% tomam medicamento para controlar a doença e aliviar seus sintomas. 
Nos últimos 12 meses, 33,2% estiveram de licença médica e, nos últimos 30 dias, 26% deixaram de realizar tarefas habituais devido a algum problema de saúde. O levantamento aponta que aproximadamente 40% sentem-se tristes e mais de 15% têm chorado mais do que o de costume. O motivo da tristeza não é o salário. Com rendimentos superiores a R$ 20 mil mensais, a categoria culpa o trabalho excessivo: 85% dos entrevistados costumam trabalhar em casa, 45% se deitam depois da meia-noite e 18% acordam antes das cinco da manhã para dar conta dos afazeres. Férias, só no papel. Pelo menos 64% confessaram que não abandonam os processos no período que deveria ser de descanso.   
“O resultado da pesquisa é gravíssimo, pois mostra que o problema dos juízes não é só físico, mas também psicológico. Com isso, o número de afastamentos tem aumentado, trazendo mais intranquilidade aos magistrados e morosidade para o sistema”, afirma o presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Renato Sant´Anna, para quem, infelizmente, tais angústias e males são vivenciados por magistrados de todas as varas e  instâncias pelo país afora.
Que o diga o presidente da Amagis, o juiz Bruno Terra Dias. “A incidência de doenças ligadas ao estresse tem apresentado curva ascendente entre nossos associados. Na última década, a composição de gastos do plano de saúde da Amagis com câncer, por exemplo, saiu de 1% para 8%, sendo que 3% já pode ser considerado um percentual absurdamente alarmante”, alerta. Para Bruno Terra, também assusta o fato de que, nos últimos 15 anos, apesar de os magistrados ingressarem mais jovens na carreira, o adoecimento está cada vez mais presente e prematuro. “Doenças como hipertensão, estenose arterial, depressão e dores lombares acontecem com mais frequência, mesmo em indivíduos jovens”, lamenta. 
O  comprometimento da saúde da magistratura é causado, segundo o presidente da Amagis, por um conjunto de fatores. Em primeiro lugar, a sobrecarga, já que em Minas há apenas um juiz para cada 20 mil habitantes. Na capital, a proporção é ainda pior: um para 36 mil. “Para se ter uma ideia, na Argentina a média é de um magistrado para cada grupo de 10 mil pessoas.” Também falta pessoal, tanto juízes quanto funcionários, escrivães, oficiais e peritos. A modernização tecnológica não acontece no ritmo e proporção necessários. A capacitação da mão de obra só engatinha. Ainda é preciso, na sua avaliação, maior dotação orçamentária.
Diante da avalanche de problemas, muitos magistrados têm sucumbido às doenças do corpo e da mente. O secretário-geral da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), juiz Nelson Missias de Morais, conta que levantamento recente detectou um enorme índice de infartados na casa dos 50 anos. E diz que tornaram-se mais comuns os pedidos de exoneração entre juízes que ainda não chegaram nessa faixa etária. 
Bruno Terra Dias / Foto: Nélio Rodrigues
“A população cresceu e ficou mais consciente de seus direitos. Vai à Justiça para resolver seus conflitos porque confia nela. Só que, do jeito que está, fica difícil atendê-la da maneira que merece”, queixa-se Missias, que dorme no máximo quatro horas por noite, não se alimenta de forma adequada e, como resultado, viu a balança avançar vários dígitos. “A obesidade também virou um problema comum entre os magistrados”, comenta. 
Talvez ainda mais assombrosa seja a prevalência (32,2%) de juízes em risco de apresentar transtornos mentais, muito superior àquela encontrada em estudos realizados em outras populações, conforme desvendou a pesquisa da Anamatra/UFMG. Outro dado extremamente perigoso: uma parcela de juízes que respondeu às perguntas foi afirmativa quanto à questão sobre se já tinha pensado em acabar com a própria vida. Não ficou  só na estatística. No dia 4 de agosto deste ano, uma juíza do trabalho de Recife atirou-se do 11º andar do prédio onde trabalhava. Meses antes, um magistrado do Rio de Janeiro havia dado fim à sua vida. O que a categoria espera é que, com informações tão alarmantes nas mãos, algo seja feito para afastar o demônio do meio-dia, que parece andar à espreita nas varas e nos tribunais. 

Carga pesada

Justiça de 1ª instância
Distribuição média de processo por juiz (ao mês)
1994 - 62
2010 - 200
Número de sentenças por juiz (ao mês)
1994 - 47
2010 - 143
Juízes em atividade
1994 - 537
2010 - 927
Total de processos em andamento na Justiça comum estadual
1994 - 507,87 mil
2010 -  4,415 milhões
Média de processos por juiz (ano)
1994 - 946
2010 - 4.763
Desembargadores (TJMG)
2005 - 117
2010 - 121
Processos distribuídos por desembargador (ao mês)
2005 - 110
2010 - 198
Processos julgados por desembargador (ao mês)
2005 - 45
2010 - 171
Adoecimento do judiciário
  • 84,4% costumam trabalhar em casa
  • 70,4% trabalham nos finais de semana, mesmo estando cansados
  • 69,5% se alimentam em horários irregulares por causa do trabalho
  • 64,3% trabalham mesmo nas férias
  • 53,8% dormem mal
  • 50,9% frequentemente têm insônia
  • 45% deitam depois da meia-noite
  • 41,5% sofrem de depressão
  • 37,8% estão tristes atualmente
  • 33,2% estiveram de licença médica nos últimos 12 meses 
  • 32,2% estão em risco de apresentar transtornos mentais
  • 17,5% usam medicamentos para depressão ou ansiedade

Faltam magistrados

  • Em MG, há 1 juiz para cada 20 mil habitantes
  • Em BH, há 1 juiz para cada 36 mil habitantes
  • Na Argentina, a proporção é de 1 para 10 mil

 Fonte   do artigo:
 REVISTA VIVER  BRASIL 

*Artigo publicado  mediante  autorização da revista