De acordo com pesquisa realizada pelo Globo News, no Brasil todos os dias morrem em média 10 mulheres vítimas de violência doméstica , por atentados dos seus parceiros, amantes, maridos, etc. Aproximadamente 90 mil casos de espacamentos, maus tratos , ameaças contra as mulhers , são registrados anualmente no serviço disque denúncia , sendo que 70% dos casos as agressões são presenciadas pelos filhos .
Entretanto esse número pode ser ainda maior , pois nem todos os casos de violência contra a mulher chegam ao conhecimento das autoridades , principalmente quando ocorrem na classe A ou classe média alta, uma vez que há mais hipocrisia social nesses seguimentos e geralmente os envolvidos não desejam expor suas mazelas familiares .
Uma pesquisa do Instituto Ipsos " Percepções sobre a violência doméstica contra a mulher " , levou ao lançamento em mais de 50 países da campanha " Fale sem medo - Não à violência doméstica " .
" A campanha representa uma das maiores difculdades da pessoa que enfrenta a violência: falar a respeito. E o silêncio,como ressalta a professora Lia Diskin,da Palas Athena – um dos parceiros na Pesquisa Instituto Avon/Ipsos – Percepçõessobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil –, é fruto da perdada autoestima da mulher agredida, como também decorre do estado anestésico que o sentimento de vergonha impõe a ela".
Lia Diskin em artigo publicado na revista Palas Athenas , A Invisibilidade da Violência , assevera :
"As culturas pautadas em modelos autoritários ou de dominação criaram um repertório de ideias, códigos e estruturas que justificam desigualdades hierárquicas inamovíveis. O poder exerce o controle e se perpetua mediante ameaças diretas ou veladas, convencendo os dominados de que estão sendo protegidos contra perigos maiores. Cabe lembrar que, nos sistemas patriarcais, isso acontece sob o amparo da lei .
No caso do sistema “família”, os papéis estereotipados de “a mãe cuida” e “o pai provê” causam hoje uma série de relações disfuncionais que promovem abusos de parte a parte. As crianças acabam sendo as mais prejudicadas, porque se defrontam com contradições cotidianas entre amor/ódio, ofensa/submissão, humilhação/perdão. Outro fator que colabora com a violência intra familiar é o silêncio, fruto da anestesia que o sentimento de vergonha impõe e da perda da autoestima, da capacidade criativa e do cuidado de si. A pessoa fica imobilizada pelo terror constante de “provocar” a violência do agressor, cuja reação recai previsivelmente sobre a vítima – via d e regra a mulher , as crianças e o s idosos "
Ontem foi o dia da blogagem coletiva pelo fim da violência contra a mulher e vale dar uma conferida nas postagens ( clique aqui ) .
Mas não é somente a violência física que vitimiza a mulher . A discriminação e a exclusão pelo preconceito, são formas de violência sofridas por mulheres de todas as classes sociais e causam danos emocionais que marcam profundamente a mulher vitimizada pelo tratamento discriminatório e preconceituoso.
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