segunda-feira, 25 de agosto de 2025

E por falar em PODER ...

Na última  vez que passei uma curta temporada de férias em Florianópolis com minha família,  fiquei hospedada por alguns dias em uma locação Airbnb. Ao chegar no local da hospedagem, gostei muito da decoração do apê, em especial  de  duas peças  bem sugestivas em cima do aparador na sala de  estar, o rei e  a  rainha do jogo de xadrez, na cor preta. De imediato imaginei aquelas peças na cor dourada, pois na minha casa não tenho peças decorativas pretas. Apesar de  achar  muito elegante decoração com  detalhes nesta cor, prefiro  estilo mais clean, em tons mais  claros, e gosto muito de peças  douradas. 

Achei as peças interessantes  e passei a refletir sobre quem seria mais poderoso, o rei ou a rainha? Antes de  tudo, refleti  sobre poder... O que significa  ter poder ou ser poderoso(a)? 

Nos meus  estudos de  teosofia  aprendi que o verdadeiro poder é o poder espiritual. Aprendi  também  quanto maior o poder, maior a responsabilidade no  seu uso. O poder, tanto o temporal  como o espiritual, usado de forma irrefletida  pode gerar  consequências,  conforme  o princípio da  causa  e  efeito. Por isso sempre devemos usar o poder, seja temporal, pessoal ou espiritual,  com sabedoria, responsabilidade e equilíbrio, no propósito de fazer o bem, tendo como inspiração o bom, o belo e  a justiça.

Sobre  as peças  decorativas do rei e  da rainha, por coincidência ou sincronicidade, talvez até pela  espionagem no celular via IA, que  deve ter acessado nas minhas conversas algo sobre as peças de xadrez mencionadas, passei a  receber mensagens no facebook  sobre quem  seria  mais poderoso no jogo de  xadrez, o rei ou a rainha? 

Pareceu-me, naquela ocasião,  um tema  sem muita importância,  para  mim pouco importa tal questão, não tenho o hábito de jogar  xadrez. Mas houve uma  época, ainda adolescente,  que eu  costumava jogar, no entanto  não me tornei uma assídua jogadora de  xadrez, até havia  esquecido  um pouco  sobre  como as peças  podem ser movimentadas  no tabuleiro. 

Relembro de um fato ocorrido, quando  eu me encontrava  na sala  de estar do apartamento em Florianópolis  e  resolvi abrir o portão da varanda. Nesse exato momento uma lufada de  vento entrou no recinto derrudando  o rei que estava em cima do aparador, quebrando a peça  na base da cruz (que representa a coroa). O rei ficou "descoroado", enquanto eu  fiquei apreensiva com o ocorrido. Objetos quebrados em casa sempre me deixam com uma sensação não muito boa. Imediatamente procurei uma cola  e por sorte encontrei uma super bonder na cozinha do apê, dentro da geladeira. 

Colei a coroa do rei. Em seguida  enviei uma mensagem pelo WhatsApp,  comunicando à anfitriã  do imóvel Airbnb sobre o ocorrido,  informando-a que eu iria restituir à  proprietária o valor para  reposição da peça. Na ocasião ficou combinado que seria feita a reposição das  duas peças, pois  a anfitriã informou que  eram vendidas somente  em conjunto.  Então pedi para  ela  me enviar a peça quebrada junto com a  rainha, quando fizesse a reposição com as novas peças. 

Ao retornar a Teresina, recebi  pelos correios as peças do rei e da rainha, que  já haviam sido substituídas no apê da locação pelas  novas peças. Por um bom tempo as duas peças, rei e a  rainha, ficaram em cima da mesinha de cabeceira do lado direito da minha cama. Eu sempre na intenção de mudar a cor de preto para dourado,  até  que em data recente  coloquei em prática essa idéia,  pintando de dourado as duas peças. 

O rei e  a  rainha,   agora  dourados, passaram da mesinha de  cabeceira para  o aparador da sala de  estar  do meu apê. O rei com a coroa restaurada, no entanto verfiquei que ainda há vestígios da emenda, na  base da  cruz que representa a coroa.

Percebi  que mesmo  restauradas, peças quebradas poderão não ficar como antes,  restando   vestígios das  emendas,  quando a restauração  não for muito bem sucedida, como nesse caso.  Fazendo uma analogia, posso dizer que mesmo recuperados de algum trauma ou uma grande dor moral, pode ocorrer que fiquem vestígios em nosso interior do trauma,  quando a recuperação não for bem sucedida, restando ainda uma "cicatriz" na  alma.    

No caso da peça restaurada, mesmo com a  "cicatriz"  no local onde  foi quebrada,  achei que o  rei  ficou bem  melhor na cor dourada. Deve ser mania de alguém como eu que  tem a lua em leão e  por isso  gosta de  imaginar   tudo  em  tons dourados, como são os  raios de sol. Na astrologia o sol, que rege o signo de  leão, simboliza o poder espiritual, assim como a  cor  dourada  representa  prosperidade, abundância, simbolizando também sabedoria, nobreza e poder.  


Ao receber as mensagens no facebook sobre o rei e a rainha no jogo de  xadrez,  passei  a refletir sobre quem teria mais poder,  voltando a ter interesse nesse jogo. Procurei relembrar  sobre os movimentos das peças, pois  essa mobilidade é  o fator que determina quais peças  são mais fortes no jogo.  A rainha pode mover-se em qualquer direção (horizontal, vertical e diagonal) e quantas casas quiser, o que a torna capaz de bloquear ataques diretos ao rei, podendo criar ameaças a outras peças do adversário, forçando-o a defender essas peças e, assim, indiretamente protegendo o rei. 

Portanto, no jogo de xadrez  a rainha é uma peça poderosa que frequentemente protege o rei, especialmente em situações críticas. Embora não seja uma regra formal, a rainha é frequentemente usada para bloquear ataques ao rei ou para criar ameaças que forcem o oponente a defender o seu rei, protegendo-o indiretamente. A rainha é a peça mais forte do jogo, com grande mobilidade, e sua habilidade em proteger o rei a torna uma peça valiosa e estratégica.

A rainha, devido à sua mobilidade e força, é frequentemente usada para liderar ataques, mas também para proteger o rei de ataques inimigos, agindo como uma peça de defesa multifuncional

A proteção do rei no xadrez é  crucial, pois  o objetivo  do jogo é dar xeque-mate no rei adversário, ou seja, ameaçá-lo de tal forma que ele não possa escapar do ataque. Portanto, manter o rei seguro é essencial para a vitória e  a rainha desempenha um papel importante nessa proteção. 

Em suma, embora não exista uma regra específica sobre a rainha protegendo o rei, a sua força e mobilidade a tornam uma peça crucial na defesa e proteção da peça mais importante, desempenhando um papel vital no xadrez. 

E o rei? Por que é tão importante  no jogo? Sem dúvidas o rei é a peça mais importante, pois sua captura resulta no fim do jogo, conhecido como "xeque-mate". Embora não seja a peça mais poderosa em termos de movimento (a rainha é mais forte), o objetivo principal de cada jogador é proteger seu rei e atacar o rei  do adversário. 

Fazendo uma analogia com o "jogo da  vida"  podemos  chegar à conclusão que o homem  pode estar em posição de liderança considerada mais importante (geralmente os líderes da humanidade são do gênero masculino),  no entanto sem  uma mulher para dele  cuidar  com sabedoria,  esse poder  de liderança de nada  adianta, pois  sem os cuidados da "dama" a força do "cavalheiro"  poderá ser  facilmente  minada. 

Portanto, de nada  adiante  o poder sem  a sabedoria  necessária, pois o  uso do poder,  como dito anteriormente,  requer muita responsabilidade e  retidão. Principalmente o uso do poder econômico, que propicia poder pessoal. O poder econômico pode construir  coisas belas,  caso utilizado com  sabedoria, ou pode ser um poder destrutivo, caso usado  de  forma  irracional. 

Na verdade o poder  é a  representação de um potencial, para que seja utilizado ou não.  O verdadeiro poder é aquele  que não sendo utilizado, é  respeitado e operado. Como exemplo podemos ter a seguinte situação: Vamos imaginar um ladrão  entrando em uma casa. O dono da  casa empunha sua arma de proteção pessoal. O ladrão tem duas  alternativas, ou corre e  vai embora ou persiste no propósito do roubo,  disparando a  arma que também traz consigo, optanto pela segunda alternativa.  No confronto com o ladrão, o dono da  casa é  atingido. 

Nesse caso, o mais sábio e  prudente  seria o dono da  casa  não usar o poder (temporal) que imaginava possuir ao empunhar sua  arma, correndo maior risco de ser atingido pelo ladrão. Poderia, em vez disso,  de  alguma  forma buscar naquele  momento e durante sua vida,  o poder espiritual  para sua autoproteção, pois  esse tipo de poder  não pode ser  atingido por arma física. 

Então vamos imaginar  a situação de outra forma: o dono da casa não empunha arma e o  ladrão, ao verificar que aquele  não porta  arma  para sua proteção pessoal, também não dispara a  arma que traz consigo,  utilizando-a apenas  como potencial ameaça. O dono da casa, por sua  vez,  confiando  no  poder da autoproteção espiritual,  sai ileso do assalto. Perde alguns bens materiais levados pelo assaltante, mas sua vida é preservada. 

Moral da  história: "De nada  vale o poder temporal usado sem sabedoria  e  sem o  poder  espiritual".